FOLHA DE LONDRINA - Pontos e milhas devem ser usados com bom senso

01 de Fevereiro de 2017

Os pontos e milhas acumulados em programas de fidelidade que, antes, podiam ser trocados apenas por passagens aéreas - ou terminavam por expirar -, hoje podem ser usados em produtos e vouchers para as compras do do dia a dia. Os eletroeletrônicos, materiais esportivos, artigos de cama, mesa e banho, vouchers para supermercados ou postos de combustível e as recargas de celular são um exemplo. Segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf), as passagens aéreas são as que geram mais trocas em volume de pontos. Mas, em número de transações, as recargas de celular são os preferidos dos consumidores nos programas de fidelidade. 
A troca de pontos por produtos ou compras do dia a dia também pode ser uma aliada em épocas de dinheiro escasso, como o início do ano, defende a Associação. Para Roberto Medeiros, presidente da Abemf, essa também foi uma maneira encontrada pelas empresas de programas de fidelidade de movimentarem o ecossistema envolvido, já que não são todas as pessoas que conseguem acumular pontos ou milhas suficientes para trocar por uma passagem aérea. 
Segundo Medeiros, houve época que mais da metade dos pontos acumulados pelos usuários de programas de fidelidade expiravam. Hoje, esse índice diminuiu consideravelmente, e o número de consumidores que aderem aos programas também cresceu, diz o presidente da Abemf. Há muitos que, inclusive, participam de mais de um. 
"Hoje em dia, só 17% a 18% dos pontos nos programas de fidelidade expiram. Houve época que era muito mais da metade. Pedimos que os consumidores não deixem suas milhas expirarem, porque existem muitas oportunidades. Hoje tem oportunidades para qualquer nível de renda. Temos programas que têm mais de 400 parceiros no varejo. Recomendamos que o consumidor conheça todos os programas de pontos, veja quais são os seus parceiros e qual se adéqua melhor ao seu dia a dia." 

Juntando 
A contadora América Okubo Moriya acumula milhas e nem sempre se lembra de utilizá-las. Mas, sempre que realiza compras, procura fazê-las pelo cartão de crédito, justamente para acumular pontos. "Vou juntando. É interessante, porque uma hora a gente usa." Para que seus pontos não expirem, ela costuma transferir para outros programas de fidelização. 
Para não perderem o benefício, muitos usuários também acabam fazendo trocas por produtos que estejam precisando no dia a dia. Esse é o caso da representante comercial Mônica Almeida. "Troco quando tenho pontos que vão vencer e acabo vendo um produto que estou precisando. Não sou das mais atentas, mas sempre dou uma olhada." Uma de suas aquisições foi um liquidificador. Na época, Mônica estava montando a sua casa. Em outro programa oferecido nos postos de gasolina, ela aproveita os pontos para ganhar descontos na compra de ração para cachorro em um site. A representante comercial lembra, entretanto, que muitos produtos acabam custando muito caro e podem não compensar a compra. "É uma vantagem, mas tem muitas coisa que é cara. Tem que ver bem se compensa. Os pontos não vêm de graça. Tem que saber usar para tirar proveito." 
O gerente financeiro Nivaldo Aparecido Zanon também opta por algum produto que esteja precisando, como eletroeletrônicos ou malas para viagem, quando seus pontos estão para vencer e se o preço estiver bom. Em uma ocasião, ele adquiriu um televisor usando 80.000 pontos. Porém, Zanon lembra que as passagens aéreas podem ser bem mais compensadoras. Dependendo do dia escolhido para a ida e para a volta da viagem, é possível conseguir passagens desembolsando bem pouco dentro dos programas de fidelidade. "Com uma TV de 70 mil pontos dá para comprar sete passagens." 

Passagens aéreas 
A recomendação do consultor de finanças empresariais e pessoais Charles Vezozzo aos consumidores é também dar prioridade às passagens aéreas na hora de trocar os pontos. Segundo ele, usando milhas é possível adquirir passagens com até 60% de desconto. "Preferencialmente, aconselho comprar passagens. Vale mais a pena." Mas, se não houver uma oportunidade de viagem à vista e os pontos estiverem para expirar, melhor trocar por produtos ou compras do dia a dia. E por mais que pareça que os pontos e milhas sejam um extra, o consultor recomenda usá-los com os mesmos bom senso e parcimônia aplicados ao dinheiro. "Não é por que tem pontos que a pessoa vai comprar qualquer coisa. Tem que ser algo útil e necessário para o dia a dia."

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